No Expectations

Aparentemente, já passou um mês desde que aqui cheguei. Um mês. Dito assim parece muito tempo. Mas, para dizer a verdade, nem dei pelo tempo passar!

Os primeiros dias foram, sim, um bocado chatos: chegar a um sítio nove sem conhecer nada nem ninguém e ter que me fazer à vida sem ponto de partida é, de facto, um bocado assustador. O que é certo é que, rapidamente, as coisas foram-se compondo e hoje, fazendo uma retrospectiva, parece que foi sempre tudo muito fácil.

É claro que ainda me perco muitas vezes nos autocarros - porque apanho-o sempre no sentido contrário - e chego quase sempre atrasada às aulas... Mas não se preocupem porque está tudo sob controlo. O problema é que demoramos mais tempo a chegar aos sítios do que neles, propriamente dito. Mas pronto, não vou falar do sistema de transportes da capital italiana porque, talvez mais importante que todas as falhas que ela tenha seja o facto de eu estar nela! =D

Está a ser -como já vos disse - uma óptima experiência. Apesar de todos os sítios que já conheci, a verdade é sempre a mesma: quer estejamos na China ou em Itália (ou onde quer que seja, como, por exemplo, em Coimbra :D) o que mais importa são as pessoas que vamos conhecendo. E quanto a isso eu não me posso queixar muito! Já conheci mais que muitas e, da maior parte - como era de esperar -, já nem me lembro da nacionalidade, quanto mais do nome! É muito divertido conhecer gente nova todos os dias, saber coisas novas sobre outros sítios, outras línguas, outras culturas. Pode até parecer chato mas não é! Vale mesmo muito a pena!

De resto, a capital não é aquilo que vemos no cinema e na televisão. Não são só coisas maravilhosas, festas loucas, gente bonita e simpática. Há também o outro lado da questão. Há pessoas a dormir em tudo quanto é canto, em caixotes, panos e cobertores rotos. Alguns apanham o autocarro só para estarem mais quentes. Há gente muito mal formada em todo o lado. Pessoas bastante antipáticas e indelicadas. Lixo e desarrumação por toda a parte. Gente com ar muito suspeito a pedir dinheiro.

Mas isso é só uma pequenina parte do todo maravilhoso que é Roma e entretanto já aconteceram tantas coisas que algumas sei que já me esqueci.

Sei que esta retrospectiva não é la grande coisa mas o Halloween deixa-me deprimida.
Volto rápido. Miss you my ladies! :D *

PS. Ouvi Dulce Pontes, em plena rua, às 3 da manhã. =D

Can't buy me love

Chega o frio e cada vez mais parece que o Natal está aí à porta. Nas ruas já parece, às vezes, à noite. Acho que Roma deve ser lindíssima no Natal mas isso vejo daqui a uns tempos. Entretanto é quase Magusto e, pelos vistos, eles também festejam a data à altura. As castanhas aqui são muito boas, mas não as podemos comprar na rua -onde sabe melhor- porque uma dúzia custa cinco euros.

De forma que nós decidimos comprá-las e assá-las em casa. Fomos, na quarta, ao super-mercado e compramos castanhas e vodka. Tínhamos que festejar a nossa serenata! (Afinal de contas somos e seremos sempre estudantes de Coimbra!) Fizemos o jantar, pusemos as castanhas no forno e abrimos a garrafa. Pusemos a tuna a tocar (no youtube, porque não dava de mais nenhuma forma) e voilá, o nosso jantar da Serenata da Festa das Latas. Podem não acreditar mas, ao fim de algum tempo, isso faz-nos mesmo muita falta!

Depois da garrafa acabar fomos para Piaza San Lourenzo, mais ou menos perto da Porta Maggiore. É uma praça muita engraçada e frequentada pelo que chamam aqui de "esquerdalha". Que é, no fundo, o pessoal mais alternativo e, eventualmente, com ideais políticos a tender para a esquerda que lá estão a curtir a sua e a beber uns copos. Malta porreira, eu acho!


Visitámos também a Basílica de Sta Maria dos Anjos e dos Mártires que fica na Praça da Républica (onde se fazem as manifestações, Inês) e depois demos um passeio pela zona. Encontrámos uma rua cheia de vendedores de livros e discos usados. Ficámos lá mais de uma hora a ver aquilo e eles já estavam fartos de esperar que eu visse tudo. Mas logo a seguir fomos a outra livraria, enorme, com três pisos, cheia de livros e cds. Encontrei Fernando Pessoa e Miguel Sousa Tavares (Equador), adivinhem onde? Numa secção chamada Guias da Europa.

Sexta-feira fizemos a nossa mui nobre janta cá em casa. Carne de porco à Alentejana, vinho e vodka, sete portugueses e um francês (pobre Thibaut vai chegar ao natal a falar português). Comprámos também o belo do Vinho do Porto - que bebemos num ápice porque as saudades já eram muitas - e divertimo-nos enquanto cozinhámos. Depois do jantar, apanhamos o metro e fomos ter com o resto da malta à Piazza de Spagna porque eles estavam a fazer um botellon. Logo a seguir era suposto irmos para um bar/discoteca qualquer lá perto mas acontece que eu e a Ana nos distraímos a dançar com um grupo de turistas espanhóis que estavam tolos na praça de Espanha e perdemos o grupo. Andamos por lá a perguntar onde era o sítio e, por fim, encontramos o resto da malta. O bar era uma porcaria por isso não ficámos lá muito tempo.

O nosso sábado foi, também ele, muito engraçado. De tarde fomos visitar o Castel Sant'Angelo (não entramos porque estava quase a fechar, mas vamos lá para a próxima) e as imediações. Depois fizemos qualquer coisa rápida para jantar cá em casa - com o estúpido do gato da Cecilia sempre a querer subir para cima da mesa (se ele aparecer morto, eu não tenho nada a ver com isso) - e com sumo de laranja que o Marco fez. Logo a seguir saímos de casa para o aniversário da Laurence (a nossa amiga francesa). Era suposto sermos rápidos e não ficar lá muito tempo, mas acabamos por ficar até ao fim. Eheheheh Somos os maiores!

NOTA: As castanhas estavam todas xoixas!

Laura non c'è

O título não tem nada a ver com nada mas eu ouvi a música no outro dia e agora não paro de pensar nela! Ultimamente tenho andado a cantar muito de um lado para o outro! Deve ser para tentar combater o frio! Tem estado mesmo muito frio e, se ainda agora está a começar, não sei como vai ser mais para a frente...

Estes últimos dias foram muito bons! Fizemos um fim-de-semana de portugueses, eu, a Ana e o Marco, e fomos visitar alguns sítios. No sábado fomos a Villa Borghese, mais ou menos no centro de Itália - na parte de cima das Escadas de Espanha, se não me engano. Era uma quinta gigante(tão grande que lhe chamaram vila) que pertencia a um cardeal, sobrinho do Papa Paulo V, por alturas de 1600 e troca o passo. Este senhor gostava muito de arte e afins e mandou um arquitecto qualquer muito famoso desenhar a quinta. Mais tarde o Estado comprou aquilo e agora está repleto de museus e obras de arte, além de um sem fim de verde (tem muitas fontes e um lago gigante, o Museu do Cinema, a Galleria Nazionale de Arte Moderna, entre outros). Passamos lá a tarde e, depois, regressamos pela zona velha da cidade: fizemos a praça do Povo, Via del Corso, Fontana de Trevi (para tirar uma foto e atirar uma moedinha) e depois metro e jantar a casa do Marco.
Depois do jantar fomos esperar o autocarro (esperamos bem 1.30h) porque já passava da meia-noite. Tínhamos combinado que no dia seguinte íamos ao Festival do Chocolate, por isso precisávamos mesmo de ir dormir porque tínhamos comboio para Perugia logo às 8 da manhã. [NOTA: Ao fim-de-semana há metro até mais tarde. Somos tão idiotas que só percebemos isso quando já estávamos dentro do autocarro.] Deitei-me por volta das 2h já com os nervos porque sabia que ia acordar daí a nada. E assim foi. Às 6h toca o despertador. Eu acordei toda tola e pensei que não era possível, mas era mesmo verdade. Lá me levantei e fui tomar um belo banho para acordar.
Saí de casa ainda era noite, tal e qual à que tinha visto quando estava a chegar a casa há poucas horas. Quando cheguei a Termini estava muito frio e, além disso, estava a começar a chover. Encontrei a Ana que já lá estava à espera e ainda tivemos que esperar pelo Marco. Acontece que ele ainda não se tinha deitado (coisas de homens e de Roma) e estava mais morto que vivo mas ainda assim comprámos os bilhetes e fomos para Perugia.
A viagem de Comboio foi uma porcaria porque já não encontrámos lugares sentados e tivemos que ir em pé num espaço muito pequeno. Após a viagem completamente desconfortável lá chegamos à cidade. É muito bonita. Mais calma e pequena que a capital, mas lindíssima. Com uma paisagem arrebatadora e uma arquitectura quase mágica. Perguntei a um polícia como se ia para o Festival (sim, eu é que falava com as pessoas porque eles não falam italiano) e subimos até ao centro da cidade em busca do chocolate.

O festival era enorme e estava cheio de gente. Tanta que até metia nojo! Além disso estava mesmo muito frio. Mas nós visitámos tudo, provamos chocolate e bolachas, tiramos fotografias, participamos num concurso para ganhar um carro e muitas outras coisas. (As fotos estão na máquina da Ana, depois peço para ela mas mandar) Almoçamos num bar/café lá da zona que tinha as paredes repletas de sinais de trânsito e cartazes muito fixes e, além disso, tinha o no menu muy muchus nachos ( que nós não resistimos e tivemos que pedir mas acabaram por ser uma terrível desilusão). Depois do almoço ainda demos mais uma volta por lá e depois decidimos que deviamos regressar. Fizemos o caminho de regresso (e reparámos que tinhamos feito uma baita subida para chegar ao centro), fomos fazer xixi ao Mac e depois fomos comprar os bilhetes para regressar a Roma. Desta vez conseguimos fazer parte do caminho sentados mas, como tivemos que trocar de comboio a meio, a segunda parte já não foi tão confortável, mas enfim.

Assim que chegamos a Roma, apanhei o metro e fui para casa dormir. No dia seguinte acordei ao meio-dia e ainda deu para ir à aula das 4h.

Esta semana vamos fazer um jantar cá em casa. Depois conto-vos como correu.

NOTA: Há uma teoria que diz que as pessoas bêbedas, num acidente, não sofrem tantas mazelas físicas como um pessoa sóbria, nas mesmas condições, disse o Marco.
É, é... Um colega meu, estava bêbedo. Correu, tropeçou, caiu e partiu os dentes todos!, disse a Ana.

(demasiado riso e pessoas a olhar para nós)

Black velvet if you please

Atendendo aos vários pedidos, vou contar-vos como têm sidos os últimos dias em Roma. Acho que vou abandonar o formato diário porque é um bocado chato.

Esta semana tive a minha primeira aula italiana. Foi na terça-feira e era às 12h. Saí de casa por volta das 11 porque ainda tinha que apanhar o metro e, quando chegasse à faculdade, podia correr o risco de não dar com a sala à primeira -com o meu jeito nada que fosse impossível! Acontece que esta terça o metro decidiu entrar em greve. Só consegui apanhar o metro por volta das 11.45h, o que significa que só cheguei à faculdade às 12.15h. Estava já a preparar-me para pedir desculpa ao professor quando percebo que a aula não só ainda não tinha começado, como era num anfiteatro enorme, cheio de gente. Lá consegui arranjar um espaço para me sentar e entretanto o professor começou a falar, preparem-se, para um microfone. Pois é. Aqui funciona tudo assim: com sistemas de som e imagem e não sei mais quê. (um luxo!)

Neste anfiteatro estavam cerca de 250 pessoas mas metade delas não se calaram um segundo que fosse e, (muita atenção agora) uma rapariga decidiu que aquele seria um bom sítio para atender o telefone! Não só o fez como, às tantas, já estava aos gritos a falar com não-sei-quem porque, com o sistema de som a dar voz ao professor, ela não conseguia perceber muito bem o telefonema. Mas acham que alguém se chateou? Que alguem achou estranho? Nada disso! Penso até que fui das poucas pessoas a ficar um pouco surpreendida!
No final da primeira hora de aulas (porque aqui há intervalo de hora em hora) fui falar com o professor. Ele não foi muito simpático mas, de qualquer forma, disse-me que só precisava de consultar a bibliografia e nada mais!

Regressei a casa logo após a conversa com o professor. Em primeiro lugar, acho que não ia perceber nada do resto da aula porque as pessoas que estavam à minha volta não se iam calar e, depois, porque acho que esta cadeira não é muito difícil, basta estudar um bocadinho em casa. Esta semana não fui mais às aulas mas na próxima vou começar a ir. Acho que vou começar a ir um bocadinho mais cedo a ver se arranjo um lugar perto de pessoas que, realmente, queiram estar na aula.

Esta semana vi uma senhora com um saco da Federação Portuguesa de Futebol. Ela não tinha muito ar de portuguesa e ia cheia de pressa, por isso não lhe disse nada. Mais à frente vi também uma outra senhora (não, não tinha nada português. Pelo menos que se visse) com cinco ou seis mini cães -daqueles com camisolas e tudo. Parece que está muito na moda, por estas bandas, ter essas amostras de cães. A Monic ia adorar dar-lhes biqueiros, acho.

Na quarta fui jantar a casa do Marco, com ele e os colegas de casa dele. São muito simpáticos e muito italianos. Depois do jantar fomos tomar café a Piazzia Bologna, mas viemos logo para casa porque não se estava a passar nada e não havia quase ninguém na rua.

No dia seguinte, depois do almoço, perto do metro Piramide, encontrei um senhor a vender livros na rua. Ainda procurei, mas não vi nenhum que me chamasse a atenção. Mas era um sítio muito fixe, cheio de livros usados, velhos, alguns já só com meia capa, outros mais sérios e melhor conservados. Estive um bocadinho à conversa com o senhor e ele disse-me que aquela banca já lá está há cerca de 14 anos e que pertencia a uma espécie de associação, "La Forchetta" (o garfo), e deu-me uns panfletos e jornais da associação. Foi muito simpático, o senhor. A ver se lá volto qualquer dia.

Ontem apetecia-me ir passear mas acabei por não o fazer. Andei para trás e para a frente à procura de um sítio onde se pudesse enviar um fax porque recebi um mail do driic a dizer que ainda não tinham recebido o meu documento de chegada. Acabei por conseguir enviar de um internet point porque em quase todos os sítios só conseguem enviar faxes nacionais. Despachei o a história do fax e fui para casa. Entretanto recebo uma mensagem dos franceses a combinar uma saída.

Comprámos as bebidas antes porque aqui não se pode comprar nada nos bares, como devem imaginar é caríssimo. Encontrámo-nos todos à saída do metro, em frente ao Coliseu, e da lá seguimos para Campo di Fiori. Estivemos lá bastante tempo e deu para conhecer algumas personagens engraçadas, entre elas uns senhores (tipo rastas) que moram na rua e andam com os cães, e um moço californiano - que mais parecia irlandês - que tinha tido uma namorada portuguesa muito estranha e por isso não gostava nada de portugueses (mas ele estava muito bêbedo e tinha um casaco verde bastante ridículo).

E foi assim a nossa noite. Por volta das 2h decidimos que íamos para casa mas só cheguei a casa já passava das 3h.

NOTA: Está um frio de rachar nesta cidade!

12 de Outubro, 09

Hoje podem orgulhar-se de mim porque acordei cedo! Às nove da manhã estava a saltar fora da cama. Não sei se vos informei previamente mas hoje, às 10.30h, tinha apontamento marcado com o meu coordenador Erasmus.

Cheguei lá exactamente à hora marcada mas o sr ainda estava a falar com um rapaz. Entretanto chegou la outra rapariga que também tinha marcado com o sr à mesma hora e nisto o sr chama-nos às duas. Ora bem, para não ser muito chato, vou trocar por miúdos aquilo que ele nos disse:

Minhas amigas, eu sou professor de direito da com. social e sou coord Erasmus do departamento de ciências da comunicação, contudo não vos sei aconselhar sobre que disciplinas devem fazer ou não. Façamos o seguinte: eu dou-vos os horários do que vocês podem escolher, vão para casa e escolhem o que querem fazer. Dêem cá os certificados Erasmus para eu assinar e depois se precisarem de mais alguma coisa eu assino tudo menos cheques em branco!

Tudo bem, muito obrigadinha! Nós pegamos nas perninhas e fomos para casa. Fiquei a saber, pelo caminho, que a menina se chama Jackie, é escocesa e tem 21 anos. Já tinha estado um ano em Roma, no seu "open year" (que é aquele ano que os ingleses têm para reflectir, que é como quem diz gastar mais dinheiro aos pais a fazer nada, antes de voltarem a estudar). Ficamos com os números de telefone uma da outra e um dia destes vamos tomar café.

Vim para casa e fiz ARROZ para o almoço. Estou muito feliz!

[17.1o] Acho que esta cidade vai ser assolada por um qualquer furacão! Tá tanto vento que parece que as árvores da rua vão ser arrancadas a qualquer momento!

Entretanto passei a tarde toda de volta dos horários e das disciplinas que queria ou não fazer e estou muito deprimida porque as melhores são só no segundo semestre. Ainda assim isto aqui é muito estranho porque em alguns cursos, o semestre divide-se em dois períodos! Eheheh Acho que já está e vou fazer 32 créditos (isto para fazer um laboratório de produção televisiva)

A Prisca passou cá a casa a dizer que na quarta vem cá trazer uma cama nova.

Fiquei o resta da tarde a ver cadeiras e horários! Amanhã vou à minha primeira aula! Hoje esteve um tempo de cáca! Péssimo! Espero que amanhã esteja melhor!

NOTA DO DIA: Arroz! Vou comer tanto até enjoar!

11 de Outubro, 09


Começaram as chuvas em Roma e deixem-me que vos diga que isto não vai ser muito fácil. Ainda assim a cidade continua encantadora! O frio ainda não é muito e as pessoas continuam a sair de casa normalmente.

Ontem tinhamos marcada uma sessão de cinema num sítio chamado Rising Love. O nome é muito giro e o sítio também. É uma espécie de garagem, mas quase do tamanho de um armazem. Ainda todo meio por acabar (mais ou menos), com um pequeníssimo palquinho (onde está ocasionalmente um dj), um grande balcão e uns sofás vermelhos muito confortaveis. Projectaram o filme nas paredes.

O filme era um daqueles italianos a que já estamos habituados. Uma comédia mais ou menos inteligente sobre o sistema de ensino em Itália (ou bocado mais ou menos como o nosso). Chamava-se "La Scuola" e já não me lembro de quem é.

Depois do filme, comemos e bebemos. Eles bem iam passando música mas não era grande coisa, e além disso estava um pouco alta de mais. As pessoas acabaram por começar a ir para casa e nós também. Nos entretanto conheci mais três portugueses: o Luís, a Utilia, o João (ou era Rui?) e outra rapariga; eram todos do norte, pelo que três estudam no porto e outro em Braga, todos em arquitectura. Não lhes achei muita piada mas eles, pelos vistos, mal chegaram já sabiam quem eu era, porque mal me aproximei deles (quando os ouvi falar português), perguntaram se eu era a Rita (!).Não, eles não têm poderes psíquicos. Quando chegaram, disseram que eram portugueses e as pessoas que já me conhecem, perguntaram, naturalmente se eles já me conheciam! xD Ainda assim foi muito engraçado!
Na foto está a Laura (Es), a Alexandra (FR) e eu. Falta ainda a Marta, também espanhola, que ficou de fora porque estava a tirar a foto. Estas são mais espanholas muito fixes! A Marta ainda é meia Galega, por isso às vezes estamos a falar e ninguém nos entende XD

NOTA DO DIA: Já sou outra vez um copo de leite! :S

10 de Outubro, 09

Foi um dia longo e produtivo, bastante até!

Depois do almoço estava marcada uma visita guiada por umas zonas de Roma que poucas pessoas conhecem por estão um bocado escondidas, face ao "resto" da cidade.

O primeiro lugar que visitamos foi a Chiesa Basilica di San Clemente al Laterano. O nome é muito complicado, e a história daquilo também, por isso deixo-vos só uma pequena explicação. Não se sabe muito bem o ano de construção da igreja mas sabe-se que é muito muito antiga. São, no fundo, três pisos de igreja (assim trocado por miúdos). Primeiro havia uma igreja que ardeu num incêndio; Metereran-lhe terra por cima e fizeram outra, que foi destruída pelos normandos (se não me engano), depois essa foi mais ou menos recuperada mas ainda assim fizeram a Basilica por cima. Existe ainda um outro piso, ainda mais abaixo, mas não se pode visitar. A história é mais complicada e mete milagres e disputas cristãs e pagãs e depois há romanos chateados mas não vale a pena estar a falar disso tudo agora. O que interessa é que aquilo é realmente impressionante. Tantos anos de história "enterrados" naquele chão... é, de facto, impressionante.

Entretanto visitamos também a Case Romane del Celio. Esta é, crê-se, uma das primeira casas romanas, na altura em que, naquela zona existia apenas o Coliseu, e pouco mais. É uma casa grande que, segundo o que se diz ter sido dos Sts Giovani e Paolo. Depois há várias histórias e várias versões para casa história. Há quem diga que era uma capela, ou uma casa de culto pagã, e há quem diga que era cristã (as gravuras na parede indicam que podia ser tanto uma como outra). Depois, diz que um senhor comprou a casa, e como era bastante aberto no que diz respeito a religiões, manteve ambas "ideologias" da casa, fazendo apenas algumas obras e um jardim. Mais uma vez, posso estar errada, mas foi isto que eu percebi, mais ou menos.

Disto tudo, tenho apenas a dizer que os romanos eram muito baixos porque as portas são todas pequenas. xD

Depois das visitas fomos um bocadinho ao centro de Roma, no zona do coliseu, onde já tínhamos estado a comer pipocas e vinho. (não sei se estão lembradas, mas também não interessa!). Aí comemos pasta e bebemos vinho, claro está - porque a água faz mal! -e depois, eles fizeram questão de nos dar a provar uns pratos tipicamente romanos. Eram bons mas - e eu já estava à espera que fosse qualquer coisa estranha - tinham um aspecto mais ou menos suspeito, pelo que não me escandalizei muito quando nos disseram que aquilo tinha rins, coração e não sei mais que entranhas de animais (:O). Eheeh Eles é que nunca foram a Portugal comer o belo do cozinho com as patas do porco! Isto porquê? Os romanos passaram por tempos de fome negra, como muitos povos, e então não tinham outra forma de se alimentarem senão comer todas as partes dos animais, tão simples como isso. Confesso que a ideia de comer essas coisas me e um bocado avessa, mas em Roma sê romana e eu tinha que provar essas coisas. Eheheh

Depois disso regressei a casa porque tinha combinado uma soirée francesa com os franceses, claro! Saí do metro e fui a casa (entretanto começa a chover um bocado), calcei as botas e vesti um casaco com capuz, e fui outra vez ter ao metro porque eles já lá estavam à minha espera. Mas nisto começa a chover mais e mais e a trovejar quando demos por nós já era a nossa paragem de autocarro e lá fora corria o Tevere, no meia da estrada. Resultado: chegamos a casa do Thibaut completamente encharcados. Quando digo encharcados digo mesmo a pingar e a chapinhar dentro das botas xD. Não foi bonito. O que vale é que quando entramos em casa dele a colega de casa (da Rep. Checa) deu-nos roupinha seca.

Lá fizemos a nossa soirée com crepes e muito álcool. Eu e o Luís, dois portugueses no meio de tantos franceses. Foi muito engraçado! XD

Cheguei a casa, igualmente molhada, por volta das 3h.

NOTA DO DIA: A trovoada em Roma é deveras assustadora!

9 de Outubro, 09

[15.00] À terceira não é de vez! Voltei novamente à cenas fiscal mas estava, mais uma vez, fechada! Se eu tivesse lido o horário que lá está fixado à porta na primeira vez que cá vim, se calhar tinha sido mais fácil.

De qualquer forma, aqui as coisas são muito estranhas. Funcionam de uma forma muito particular, vá. Senão vejamos. Eu vi os horários de várias coisas na net mas acontece que, na realidade, esse horário não corresponde, de todo, à hora real de funcionamento das coisas em questão. Nada a que não estejamos habituadas! :O

No entanto, nem tudo são más notícias. O meu coordenador de Erasmus respondeu-me ao mail hoje, pelo que me vou encontrar com ele na segunda, às 10.30h lá naquela coisa de giurisprudencia.

Aqui os autocarros são muito engraçados. Primeiro, há mil para mil direcções e percursos diferentes. Depois, além do horário perfeitamente aleatório a que funcionam, nunca validei o bilhete para andar nele. Não temos que entrar na portinha da frente e passar o bilhete por uma maquineta ou comprá-lo ao senhor condutor. Nada disso, quando chegamos à paragem, o sr abre as portas todas e depois quem quiser entra, quem quiser sai. Há, no entanto, porque eu já vi, umas maquinetas para validar os bilhetes, mas das duas, três: está sempre muita gente e dá muito trabalho, além disso ninguém o faz! Uma outra particularidade destes autocarros é que, não raras vezes, os condutores são muito giros, e não aqueles velhotes barrigudos e de bigode. Eheheh

Ah, e a regra do: "Se conduzir não fale ao telemóvel!" ainda não chegou a esta terra. Há pessoas que falam enquanto conduzem carros, autocarros, motas e bicicletas, quer estejam parados no transito ou a andar de um lado para o outro. No outro dia vi uma senhora, de mota, com o telemóvel entalado no capacete e aos gritos a falar ao telemóvel (só um bocadinho ridículo!)

Hoje, depois de regressar da minha viagem a nada, fui bué dona de casa. Lavei a casa de banho e todo o chão do corredor e do meu quarto, passei roupa a ferro e fiz, preparem-se, sopa! É verdade. Ficou boa, só tem um bocado de sal a mais. Mas depois ponho um bocado de água e fica boa! Eheheh =D

Depois jantei com a Cecilia e alguns amigos dela. Ela fez chili (que não estava nada picante ! ), e chamou alguns amigos. Comi e depois saí. Havia botellon antes de irmos para uma festa qualquer. Bebemos à saída do metro (às tantas parecia que estávamos em Coimbra!) e depois fomos para um bar. O bar não passava música lá muito boa, mas dava para o gasto. Passou o párápapá (ou lá como se escreve) e o pessoal delirou. Eu não sabia que isto tinha chegado tão longe, mas parece que sim!

Conheci mais pessoas (italianos, franceses, espanhois...). Dancei e por volta das 4.30 viemos para casa. Apanhamos o autocarro e voilá.

Obrigada por me informarem da novela. Agora toda a gente pensa que eu tenho um namorado ciumento em Portugal xD

NOTA DO DIA: Botellon!

8 de Outubro, 09

Hoje tive um dia bastante produtivo. Finalmente já consegui que me assinassem os papeis de chegada. Mas vamos por partes.

Quando acordei percebi que continuava doente, embora um bocado menos que no dia anterior, mas ainda assim, depois do pequeno-almoço tomei os medicamentos (tou a ficar velha!), e saí, na esperança de resolver algumas coisas na universidade.

Apanhei o metro, que está cada vez com mais gente, e saí na paragem mais próxima do ufficio que trata dos estudantes de mobilidade. Quando lá cheguei, até pensei que tinha perdido a viagem porque só lá estava uma rapariga. Esperei um bocadinho e acabei por perceber que eles estavam a fazer atendimento. Ainda olhei em volta a ver se havia algum mecanismo de senhas ou assim mas nada. Entretanto chega uma senhora (que me pareceu ser funcionária do sítio) e eu disse-lhe que estava à espera para falar com algum responsável e ela mandou-me entrar. Eu disse-lhe ao que tinha ido e ela tratou-me logo de tudo. Assinou os papeis e preencheu-me um "boletim de estudante", um certificado Erasmus e uma canetinha. Pedi-lhe para me enviar o documento de chegada por fax e ela mandou-o logo na hora para Portugal.

Disse-me também quem é o meu coordenador Eramus: Dott. Giacomo Rojas Elgueta (do departamento de direito europeu da faculdade de Giurisprudencia, vá-se lá perceber!). Fui à procura do sr. Depois de andar a perguntar onde é que o podia encontrar lá me mandaram para o gabinete do sr. O problema é que ele lá não estava e as pessoas nunca ouviram falar dele. Espero que não esteja morto.

Às 15.20h já estava eu despachada da minha vida. Já não dava tempo para ir tratar da cena fiscal, por isso regressei a casa. Arrumei o quarto, tomei banho e pus roupa a lavar (na máquina!). Não, não tenho sindrome de Monic e não estraguei nenhuma peça! Ahahaha

Depois disso ainda tive tempo para ir às compras e tomar mais um comprimido! Amanhã já vou estar melhor!

NOTA DO DIA: Já não estou ilegal neste país!

7 de Outubro, 09

Tou doente. Acordei cheia de dores de garganta. Às vezes pareço a Inês a respirar com as asmas. Já tomei banho e comi fruta e mebocaina, mas continuo com dores. Pode ser que passe entretanto.

São 13.32. Já tirei frango e daqui a bocado vou cozinhar qualquer coisa com frango para comer.

Comi e depois saí de casa. Apanhei o metro e saí na Piramide. Tentei mais um vez fazer o tal cartão ou lá o que é aquilo mas cheguei outra vez atrasada. A ver se lá vou amanhã antes das três e meia.

Depois de perceber que o ufficio estava fechado, decidi que não ia perder a viagem e fiz o caminho de regresso a pé. Incrível é o facto de não me ter perdido uma única vez! Vi alguns edifícios muito bonitos, outros nem por isso; passei por umas escadas enormes e lembrei-me das nossas Monumentais! (com a diferença que estas são um bocadinho mais novas e não têm ar de que vão cair daqui a uns anos!) Passei o rio. É bonito mas não chega aos calcanhares do nosso Mondego! Eheheh

[17.30h] Estou no jardim cá de casa. É muito bonito mas é pena que não esteja muito bem aproveitado. Um dia houve aqui uma fonte ou algo que o valha, mas agora já só restam ruínas.
Aliás, tudo aqui em Roma é feito de ruínas, há imensas e por todo o lado. Qualquer buraco que eles façam para construir qualquer coisa, têm que ter muito cuidado porque correm o risco de encontrar qualquer coisa do tempo do Júlio César.
Estão a abrir um nova linha de metro mas tem que ser tudo com muita calma porque têm que ver o que estão a escavar.

Só hoje descobri que tem aqui gatos. A Tizia tem um amarelo, a Cecilia tem um preto e ainda aqui outro. Deve ser para mim. Ahahahah

O único problema do jardim é mesmo o facto de haver muitas melgas mas, tirando isso, esta-se aqui muito bem.

Continua a doer-me a garganta! Não, não estou com gripe A (acalma-te Inês!). Acho só que estou constipada. Ainda bem que trouxe comprimidos para estas coisas.

Já jantei e daqui a bocado vou dormir.

NOTA DO DIA: Estar doente não tem piada! Principalmente em Roma!

6 de Outubro, 09

Acordei mais ou menos tarde e comi iogurte. Aqui os Activia são diferentes porque os copinhos são todos verde-escuro, não têm desenhos das frutinhas. Gosto mais dos nossos! Mas adiante. Depois tratei de fazer o almoço e saí.
Fui ter com o Marco à estação Piramide. Supostamente iamos tratar de fazer uma coisa chamada morada fiscal. Temos que levar a nossa morada e o nosso BI para que eles nos façam um cartão tipo nif. Ainda não percebi muito bem para que serve o tal cartão. Só percebi que depois já podemos fazer um outro cartão para depois podermos ir à cantina.
Ora bem, encontramo-nos na saída do metro e depois apanhamos o autocarro para a zona do sítio onde tínhamos que ir. Tudo bem, até que lá chegamos e aquilo tinha fechado há meia-hora. Eheheh Somos mesmo os típicos portugueses que estão sempre atrasados!
Mas enfim, agora que já tínhamos saído de casa não íamos perder a viagem. Visitamos aquela zona que tem muitas ruínas ainda e depois apanhamos o autocarro e regressamos à paragem do metro. Entretanto liga o outro português, o Luís, a dizer que estava na zona da Fontana de Trevi e nós fomos ter com ele. Tivemos que trocar de linha de metro mas lá demos com a paragem. O metro estava cheio de gente e parecíamos todos sardinhas em lata. Agora imaginem isto num dia de calor, com as pessoas todas a transpirar. Não foi bonito.

Agora, bonito foi a fontana. É realmente muito bonita. Nas fotos e na tv parece um bocado maior do que aquilo que realmente é mas é fantástica e eu gostei muito. É claro que atirei a moedinha da praxe! :D Depois andamos lá pelo meio a passear e passamos por vários edifícios do governo. Não sabia mas tem por lá muitos e passamos pela ERC cá do sitio. Agora não me lembro exactamente no nome, mas sei que era qualquer coisa reguladora da comunicazzioni.

As ruas estão cheias de vendedores ambulantes que vendem gravatas (?) e outras recordações de Roma. Pelo caminho, passamos também pelo Panteão e pelo Altar da Pátria que é um monumento às guerras de unificação da Itália onde morreu muita gente, por isso estão sempre lá dois desgraçados, noite e dia, de pé, armados a guardar aquilo. É giro, mas deve ser chato, coitados.

Passamos depois por uma livraria gigante e eu não resisti e tive que entrar! Era uma livraria moderna, do tipo Berthrand versão italiana, com mil livros diferentes. Andei a espreitar algumas prateleiras e na parte da poesia encontrei traduções de Fernando Pessoa. Autores portugueses não vi mais nenhum, mas vou lá voltar um dia e vejo melhor :D

Como já se fazia tarde fomos andando para casa. Jantámos em casa do Marco. Comemos ARROZ! Viva! eheheh Depois havia uma festa na Piazza Navona, mas eu já não fui. Regressei a casa no ultimo metro.

NOTA DO DIA: ARROZ! :D

5 de Outubro, 09

Acordei outra vez com barulhos oriundos da cozinha mas deixei-me ficar na cama mais um bocado.
Levantei-me, comi pão e saí. Tive que que ir à fac e saí numa paragem de metro diferente por isso fiz todo o caminho com muita atenção para não me perder.

Cheguei à fac e perguntei no porteiro onde e com que devia falar. Indicaram-me um tal Marcozzi, num gabinete longe como tudo. Cheguei lá e ele disse-me que não podia falar comigo porque tinha que ir dar uma aula, para eu voltar às quatro.Fiquei um bocado chateada porque tinha lá ido de propósito e ele mal olhou para mim. Mas não havia nada a fazer. Ora bem, alá para casa porque lá não ficava a fazer nada.

Quando saí do metro fui comprar carne e depois fui comer. Voltei a sair de casa por volta das três.

[15.45h] Ainda estão 3 pessoas à minha frente para falar com o senhor. Vou ter que esperar um bocado. Mas até vim numa boa hora porque entretanto não pára de chegar gente.

[16.35] Já falei com o sr. Ele não é o meu coordenador como me tinham dito. Mas ainda assim foi muito fixe e explicou-me tudo direitinho o que é que tinha que fazer. E ainda deu uma espreitadela no meu plano de estudos. Agora tenho que ir à net e marcar uma hora no Ufficio de Relações Internacionais cá do sítio para depois lá ir para alguém me assinar os papeis. Estou no metro, vou para casa.

Antes de ir para casa fui levantar dinheiro e carregar o telemóvel. Comprei uma garrafa de meio litro de Pepsi. Sou uma louca! eheheh

Hoje à noite falei com os meus pais e na net e com as meninas também. Foi muito fixe ver (quase) toda a gente. Era suposto ter ido ao Marilyn, ainda por cima não pagava a entrada, mas toda a gente se cortou. Esta gente só gosta de lanchinhos e passeios! Vou ter que procurar gente com espírito mais aventureiro xD

NOTA DO DIA: Estes italianos são muito desorganizados!

4 de Outubro, 09

Hoje dormi que nem uma pedra. Deve ter sido por ontem ter caminhado tanto e ter feito tantas coisas. Ou isso ou porque a Cecilia não me acordou com tachos e panelas.

Acordei por volta das 10.00h mas fiquei a dormitar até às 11.00h. Eheheh Há coisas que nunca mudam mas hoje também é domingo para mim xD. Levantei-me e tomei um banho rápido rápido, disse adeus à Tizia e à amiga dela, peguei numa maça e, via para o metro.

Quando lá cheguei estava lá a Alexandra e fomos para o Circo Massimo, o ponto de encontro. A actividade de hoje foi um pic-nic e uma coisa chamada Giochi senza Frontieri. Comemos um pouco e depois começaram os jogos. Foram divertidos mas nada de especial. Dividímo-nos em equipas e depois andamos por lá a fazer coisas tipo as crianças.

Na minha equipa estava - além de mim, claro - o Jesus (Es), a Tsefanie (De) e a Juliet (Fr). Ficamos em segundo lugar (obrigada, obrigada) e ganhámos entradas no Marilyn (que é uma especie da bar/disco/sala de espectáculos onde se fazem as festas open bar da ESN).

Depois havia uma visita guiada a uma zona de Roma, mas eu estava demasiado cansada e vim para casa. Acho que acabaram por cancelar a visita porque as pessoas precisavam de descansar.

[19.33] Vou jantar com o pessoal.
Fui jantar com o Marco e o Luís, os dois portugueses. Fomos comer piza e depois fomos ter com o resto da malta. Hoje o programa era uma ida a um bar, Iris Village (ou qualquer coisa parecida), onde se cantaria karaoke e se dançaria. No inicio éramos pouqinhos, mas depois começaram a chegar mais pessoas e no fim éramos mais que as mães. Cantou-se e dançou-se (eu só fiz a segunda parte porque já conhecem as minhas qualidades vocais, e não queria ser expulsa da comunidade assim tão cedo.

A cena é que cá em Roma os bares fecham muito cedo e, portanto, à uma e meia eles já nos queriam na rua. Saímos e, como já passava da meia noite e não havia metro até as 5.00h, esperamos o auto-carro. Como não moramos todos pro mesmo lado, eu vim para casa com o Tibouh (acho que não é assim que se escreve mas ele também não vai ler isto), um rapaz francês que mora para estas bandas.

[02.30h] Cheguei a casa. Vou dormir.

NOTA DA DIA: Amanhã há aulas! Não é feriado!

3 de Outubro, 09

Acordei por volta das 8, novamente com a Cecilia a cozinhar e com um homem a falar (devia ser amigo dela). Mas também já lhe disse que isto não tinha muito jeito e que não gostava muito de ser acordada assim.

Por volta do meio dia fui às compras. Comprei detergente para lavar alguma roupa (parecendo que não ela vai-se sujando!), comida (comprei pizza porque já não posso ver massa), fruta e atum. Entretanto recebi uma mensagem da minha amiga (lol) Alexandra da França a marcar hora para irmos ter com os outros. E assim foi. Fui ter com ela e fomos ter com o resto da malta.

A visita foi à zona Eur. É uma zona de Roma (a sul). Vou só explicar-vos assim por alto. A ideia surgiu do nosso amigo Mussolini. Na altura não havia nada nessa zona de Roma, só campo. O que ele queria fazer era uma exposição (Exposição Universal de Roma - EUR) para celebrar vinte anos sobre a marcha sobre Roma (fascista, tá claro!). Aliás, o nome original devia ser E42 (1942-ano em que seria inaugurada a exposição). Mas acontece que, como estávamos em guerra, não houve exposição para ninguém. Atão, o bairro ficou para lá, apenas para mostrar que o Mussolini era fixe e construía coisa.

Neste bairro podemos encontrar uma série de construções (salões, edifícios e assim) que servem, no fundo, para nada. A ideia era mesmo fazer a tal exposição, e ia ser tudo em grande, mas não se fez exposição nenhuma e, ecco, um bairro novinho em folha para nada. Sinceramente não gostei muito deste bairro, especialmente se pensar que foi o Mussolini que o mandou construir. No entanto, hoje esta zona, além de residencial, serve de sede a imensas multinacionais e ainda como canário de muitos filmes (especialmente com cenas clássicas porque os edifícios são quase todos clássicos). Gostei, apesar de tudo, do zona final deste bairro porque tem um lago artificial enorme e uma zona verde a perder de vista. Aliás, Roma, nesse aspecto é muito fixe.

Depois da visita - até para não vos cansar com as descrições de coisas que não viram - fomos a uma barbecue, lá numa zona verde. Comemos e bebemos e deu para conhecer muitas pessoas. Os portugueses é que são uns cocos e têm a mania que festejam tudo sozinhos.

No geral foi muito fixe. Eu gostei muito.

NOTA DO DIA: Andei que me fartei! Ufa!

2 de Outubro, 09

Hoje acordei por volta das 8.00h, com a Cecilia a cozinhar. Ela faz uma espécie de catering (desculpem se não está bem escrito), às vezes. Por isso acordei com tachos e pratos. À noite também foi um pouco difícil de adormecer por motivos que já conhecem: a outra rapariga, a Tiziana, estava a ver um filme e de vez em quando faziam um bocado de barulho, mas já falei com ela e está tudo bem.

Elas fizeram-me café, de manhã e estivemos um bocadinho a conversar. Ficaram muito admiradas por ter só 21 anos e já ter terminado a licenciatura. Segundo a Tizia, sou um génio. lol

Falei com a Nilce pelo Skype. Foi altamente falar português para variar. Acho que de tarde vou sair.

[14.50h] Estou a almoçar. Fiz um bife com bué sal e alho para tirar a barriga de misérias. Apetece-me arroz, mas aqui não existe! Porca miséria!!!

Hoje vou ver o Coliseu! Estou muito feliz! Vou com a Giulia. Combinei com ela na fermata Colisseo às 6h.

[16.45] Quase que era atropelada. Vim dar um passeio pela zona antes de ir para o metro. Já me consigo orientar mas ou menos por estas bandas.

[17.30] Cheguei ao Coliseu! É a coisa mais imponente de que tenho memória. Acreditem ou não, apeteceu-me chorar. No entanto, estava lá uma moça a gregar. A emoção tem efeitos muito estranhos nas pessoas. Vou esperar pela Giulia. Talvez tenha direito a uma visita guiada.
Ah! Há bué tórists! Acabei de ver um sr vestido de gladiador! Que louco!

Chegamos ao bar onde era suposto irmos ter com a malta erasmus. Ainda não está muita gente, mas tá alguma. Estamos a beber vino rosso e a comer batatas fritas e pipocas (?). Conheci bue pessoas e depois os guias italianos cantaram uma música qualquer (tipo nós em coimbra), e bebemos e depois fomos para outro bar. Pelo caminho descobri que andava outro português lá no meio. Marco, estuda matemática em Coimbra (ele diz que me conhece de algum lado mas eu nunca o tinha visto). Fomos para outro bar e conheci mais portugueses. Mais um rapaz e duas raparigas. E depois bué espanhois e franceses. Uma das raparigas franceses mora pro meu lado e viemos juntas para casa, mais um outro moço francês.

Amanhã há uma visita guiada não sei onde. Depois conto-vos!

NOTA DO DIA: Há portugueses em todo o lado!

1 de Outubro, 09

Hoje parece que o dia está a correr melhor. Acordei por volta das 10.00h e fui comprar coisas para comer e para me lavar. Pão (2 pães, 60cent !!), massa e carne, água, shampo e assim.

Consegui ir de casa ao supermercado sem me perder. E também regressei sem problema. Sou a maior!

Fiz o almoço mas não comi quase nada. A comida aqui sabe a qualquer coisa estranha. Deve ser da água ou não sei , porque parece sempre insossa e estranha. Desculpem mas não sei explicar melhor.

De tarde fui à faculdade. Apanhei o metro e saí na paragem Basílica San Paolo e quase que me perdi mas depois la encontrei a via Ostiense (que é a Rua da Uni Roma3) e fui lá. Perguntei à senhora da recepção onde é que devia ir e ela indicou-me a sala10 e eu lá fui. O problema é que só abre às 15.30h, por isso vim para o parque onde estive ontem, o da B. San Paolo (chama-se Piazzale San Paolo). A única diferença de ontem para hoje é que hoje estou muito mais descansada e não tenho as malas atrás de mim. Acho que vou dar uma volta a ver se conheço o sítio.

Acho também que me estou a tornar demasiado italiana no que diz respeito à mobilidade. Primeiro, já ando de metro. Depois, e mais importante, já atravesso a rua sem me preocupar se estou ou não na passadeira e se vem ou não um carro na minha direcção. Os italianos são tolinhos a conduzir. Não param nas passadeiras e se for preciso ainda nos buzinam para sairmos da frente 0= Mas é como diz o ditado, para onde fores viver, faz como vires fazer. Ecco!

Entretanto fui visitar a Basilica. É, de facto, muito bonita. E é gigante. No interior, tem bue fotos, de pápas e padres e assim. A última é a do Ratzinguer (ou lá como se escreve), o pápanazi. A ver se o vou visitar um dia destes.

Tirei algumas fotos, mas a minha máquina não está muito boa. Diz que não tem pilhas, mas eu carreguei-as antes de vir. Vou comprar pilhas para me se certificar de onde vem o problema. Não posso cá estar sem máquina fotográfica. Mas tirei algumas à Basilica, depois mando-as.

O tempo está encoberto, mas ainda assim está muito calor. Já devo ter perdido dois kg só em transpiração estes dias.

[16.55h] Piazzale San Paolo
Se alguma vez me disserem que a secretaria de letras é muito complicada, vão cagar. Hoje já estive em cinco ou seis secretarias diferentes e ainda não resolvi nada.
No entanto fui já ao posto Erasmus Roma3 e já fiz o cartão dessa coisa. Nos entretantos conheci duas moças. A Giulia (italiana ex-Erasmus em Espanha) e a Andrea (espanhola, Erasmus em Itália, que está também a fazer jornalismo NB: eu tinha aqui escrito giornalismo). Tenho o contacto delas e elas o meu. A rapariga italiana foi muito fixe e já me deu algumas informações. Entretanto devemos fazer qualquer coisa. Amanhá vou tentar outra vez que me assinem os papeis de chegada. Agora vou para o metro para ir para casa.

Já fiz o cartão mensal do metrobus. Custou 18euros e dá para todo o mês de Outubro, em todos os transportes urbanos de Roma. Agora já sou estudante de Roma, porque tenho o passe de estudante. O normal custa 30euros (FDX!)

Antes de ir para casa fui levantar dinheiro para pagar a renda. Já paguei a renda à Prisca e assinei contrato até Dezembro. Depois logo se vê o que faço. Depois da Prisca se ir embora, fui tomar banho porque cheira a cavalo, cavalinho, vá.

Já jantei e agora vou dormir. Esta Roma deixa-me estafada. Acordo e faço coisas. Que estranho! Ehehee Vou tentar dormir sem pensar no facto de a tipa do quarto do lado tá lá com um homem horrivel e velho. Se ouvir gemidos vou dormir para o jardim. Tenho dito.

NOTA DO DIA: Chove em Roma.

Miss u *

Beijinho pros vizinhos e pra Di.

30 de Setembro, 09

Saí do Hotel por volta das 11 da manhã. O recepcionista (o tal italiano casado com a brasileira que falava mais ou menos português) foi muito simpático. Quando foi para pagar ele disse que me ia fazer um desconto porque o quarto tinha estado em obras e não sei mais quê, e por isso tinha a pagar 65euros. Eu fiquei contente porque 65 sempre era bem melhor do que 80. Mas acontece que há um problema com o máquina multibanco. Não estava a ler cartões correctamente. Eu fiz aquele ar de quem já está farta de esperar e disse-lhe. Tenho aqui 50 euros, se os quiser fica assim, senão vou-me embora. Ele pediu-me para esperar mais um bocado mas depois acabou por dizer que podia ficar assim. Paguei e fui-me embora. NOTA: tenho que levantar mais dinheiro.

Pus-me a caminho. Fui andando por lá abaixo, mas com as malas não dá muito jeito. [São 11.45h]. Estou num parque perto duma "catedral". Acho que é a Basilica San Paolo. NB: era mesmo. Passei pela Uni mas não entrei. Já arranjei casa mas só posso lá ir por volta das 7h porque a dona da casa está a trabalhar e só quando sair é que lá pode ir comigo. Até lá tenho que descobrir onde é a paragem do metro porque combinei lá com ela. Na fermata Laurentina. A casa é na via Francesco de Vico. Ainda não sei muito bem onde é mas espero que não seja muito longe do metro.

[13.00h]
Passei agora aos departamentos de Letras e Economia. Acho que é lá que vou ter aulas, mas ainda não sei bem.
Estou agora noutro parque. Mas deste não sei o nome nem sequer imagino porque não tem nenhuma placa. Sei que fica perto da via Tiberio Imperatore. Acho que vou ficar aqui a descansar um bocado e depois vou continuar. Tenho que encontrar a via Laurentina. Acho que estou perto.

É estranho estar num sítio onde ninguém fala a nossa língua. Mas ao mesmo tempo é engraçado porque consigo perceber quase tudo o que dizem. É uma sensação muito estranha esta de estar sozinha num sitio novo e estranho. A sensação de desorientação é horrível. Aqui sou praticamente transparente. Não sei se é bom ou mau, ainda não percebi. Só sei que é estranho.

[16.50]
Estou na estação de metro Laurentina. Só combinei com a Prisca às 19.00h mas vim andando. Tive que apanhar o autocarro nos últimos dois/três km. Para estes italianos, tudo o que seja a mais de 200m já é muito longe. Agora vou esperar por ela.

NOTA DO DIA: Há gente muito suspeita nesta cidade. O trânsito é caótico.

29 de Setembro, 09

1, 2, 3 (respiro fundo), já está!!
Foi uma das viagens mais difíceis da minha vida. A de casa ao aeroporto. Chorei para dentro até lá chegar. Custa muito deixar-vos e deixar o nosso país, mas aquilo que mais doí é deixar a minha família desfeita em lágrimas.

A viagem para Madrid correu bem. Ao meu lado ia um sr brasileiro com pânico de aterragens. Quase que rezou um terço quando aterramos. As hospedeiras eram espanholas e o inglês delas parecia checo, por isso, se o avião se lembrasse de cair, bem que morria porque não sabia funcionar com aquelas merdas.

Em Madrid foi um problema para encontrar a porta. No bilhete só tinha umas letras esquisitas, por isso fui perguntar num balcão de informações. A senhora mandou-me para a porta K92. Mas, por sinal, esse era o voo para o Porto. O sr dessa porta lá me disse que era a porta H28 - que, por sinal, era só na outra ponta do aeroporto. Corri com a mochila às costas e já estava a ver a minha vida a andar pra traz (com estas coisas dos fusos horários pensava que ainda tinha uma hora, mas não). Mas ainda cheguei a tempo, se bem que foi por pouco. Estou agora no meu lugar, ao lado de duas senhoras (que me parecem italianas) NOTA: afinal eram espanholas. Estou a transpirar como uma louca. [são 11.45h, hora espanhola]

A viagem correu bem. Quando aterramos em Roma, avisei toda a gente que tinha chegado inteira, saí do avião, fui apanhar as malas, depois procurei saber qual era a melhor forma de ir para a zona que queria. Comboio. Comprei o bilhete e saí em Roma Ostiense. De lá, apanhei um taxi porque me disseram que era muito longe ir a pé para o sítio onde queria ficar.
Quando lá cheguei, telefonei ao dono da casa, conforme o combinado. O problema é que o estúpido me disse que não estava em Roma, que devia lá ir no dia seguinte. Ora bolas! Bota comigo procurar sítio para ficar (esta parte já sabem) até que fiquei no Hotel Prius. 80euros por noite. Pus-me na net à procura de mais sítios, para algum sitio tinha que ir.

COMENTÁRIO DO DIA: Isto não me está a correr nada bem. Vamos lá ver como corre amanhã. [19.15h, hora italiana]

Piccola introdução

Ora bem. O seguinte blogue destina-se aos relatos, mais ou menos diários e mais ou menos pormenorizados, dos meus dias no pais da massa.

Desculpem lá não ter vindo cá mais cedo, mas não deu mesmo. Vou ter tentar vir cá, pelo menos, uma vez por dia. Tentar.

Nos entretantos, vou apontando as cenas mais importantes num caderno para depois as desenvolver aqui.